segunda-feira, 14 de maio de 2007

CLIMAX CHICAGO BLUES BAND
Para quem curte um bom e velhao blues, segue uma banda pouco conhecida e que mandou muito nos bons tempos ...
Hoje nosso passeio musical será pelo blues. No final dos anos 60 um evento marcou sobre maneira a efervescente cena musical da época. Pelos Estados Unidos o grande evento era as bandas psicodélicas embaladas pela geração flower power, bandas como Grateful Dead, Love, Moby Grape, Jefferson Airplane entre outras que agitavam o movimento. Já na Inglaterra o que ocorria era um celebração às origens americanas do blues de Lousiana. Neste momento, os jovens buscavam referências em artistas como Muddy Waters, Sonny Boy Williamson, B.B King e tantos outros, através do bem sucedido jovem blues branco inglês. O maior expoente deste período é sem dúvidas o mega star Eric Clapton, que era tido com uma espécie de deus da guitarra, com suas bandas Yardbyrds, Cream, Blind Faith e depois como artista solo ou bandas como Savoy Brown, Chicken Shack, Fleetwood Mac, Ten Years After, entre outras grandes da época. Portanto para hoje selecionamos uma banda um pouco menos comentada que estas, mas nem por isto com qualidade inferior as citadas. Trata-se da excepcional Climax Chicago Blues Band. Criada em 1968 em Sttaford, a banda foi formada Colin Cooper (vocal e harmônica), Peter Haycock (guitarras e vocais), Arthur Wood (teclados), Richard Jones (baixo) e George Newsome (bateria), grava seu primeiro álbum neste mesmo ano. Contando com deliciosos blues, traz temas próprios com Going Down this Road e também alguns covers com a fantástica Don’t Start me Talking de mestre da gaita Sonny Boy Willianson. Este álbum, homônimo, traz Chris Tomaz como produtor e que mais tarde trabalhou com artistas como Elton John, Roxy Music entre outros e Geoff Emerick na engenharia de som (o mesmo que trabalhou com Pretenders, Elvis Costello e tantos outros). Este disco já denunciava a qualidade bluseira da banda. A faixa And Lonely (8’44) é um verdadeiro clássico. O disco é excepcional de ponta a ponta. O álbum seguinte é Plays On. Gravado em 1970 traz Derek Holt no baixo, seguindo a mesma linha do anterior em relação a qualidade, porém com estilo um tanto diferente. O disco mostra o crescimento da banda, trazendo temas e arranjos mais elaborados. A banda conta com um estilo mais jazzístico, com ótimas linhas de baixo e com destaque também para um saxofone de extremo bom gosto. A faixa Cubano Chant é simplesmente arrasadora. Apesar da sofisticação o disco não é tão impactante quanto o anterior. Ainda em 1970 o Clímax volta ao estúdio para lançar o seu terceiro álbum. Renomeada com Clímax Blues Band, eles retiram o Chicago para evitar confusão com famosa banda de pop rock, Chicago, de Peter Cetera. O Climax Blues Band grava então o disco A Lot of Bottle. Com todas canções próprias, excessão de Seventh Son do mestre Willie Dixon e Louisiana Blues de Muddy Waters, o álbum devolve a veia blues a banda, porém com um foco mais pesado e com alguns momentos com soul e funk. A faixa Everyday (2’21) é bastante interessante e Reap What I’ve Sowed (4’30) com ótima levada blues rock da época. Sem duvida, a grande faixa do disco é mesmo Seventh Son com seus 6:41s de mais puro Willie Dixon, o mesmo gravado por nomes como Rolling Stones, Led Zeppelin, The Doors e mais todo mundo – perfeito !!! O disco traz ainda a ótima Like Uncle Charlie e Lousiana blues de Morganfield (conhecido como Muddy Waters), mestre de gente como Eric Clapton e a turma de Mick Jagger e Keith Richards... O único ponto do disco que fica um pouco cansativo é em relação aos metais (acho que é pessoal) pois fica um pouco além da conta em faixas com a última, Cut you Loose. Em 1971 o Clímax lança seu quarto álbum, chamado Tighty Knit, com a capa clássica do carecão com uma meia (?) na boca ... Muito legal. Este disco, também é muito interessante e começa quente com a faixa Hey Mamma (3’32), uma animado boogie com metais, gaita e guitarras a valer. Belo começo ...O relançamento da Akarma ainda traz no lado A do vinil o bônus Spoonful de Willie Dixon. Nesta altura da carreira, o CBB abandona o puro blues para se tornar um banda com estilo mais abrangente, contendo baladas, rock and roll e logicamente blues também. Sem dúvida uma das marcas do Climax Blues Band é exatamente em apresentar a sofisticação de sua música aliada a uma base bluseira, porém sem repetições (algo que normalmente marca algumas bandas do estilo). Independente de alcançar sucesso ou não, o CBB teve o mérito exatamente em adotar uma moda iniciada no final dos anos 60, porém conseguir durante sua trajetória marcar seu estilo, evoluir a cada disco e deixar um legado de uma música de ótima qualidade. Após este álbum o CBB lançaria uma série de discos com apelo mais comercial, como FM/Live, Sense of Direction, entre outros,. Inclusive alcançado boas vendagens e com maior êxito comercial, porém a qualidade e a levada bluesy não estava mais tão presente. Após indas e vindas, o CBB continuou firme na estrada durante os anos 80 e 90, se apresentando em vários festivais e lançando álbuns para seu publico fiel. Para adquirir seus álbuns, principalmente os primeiros, é possível através de relançamento durante os anos 80 (apesar de já dificílimos de achar) ou pelos sagrados relançamentos da italiana Akarma durante os anos 2000. Este relançamento do primeiro álbum é realmente um primor, com capa dura, dupla e vinil 180 gramas de causar calafrios no corpo todo, de emoção.
Anotado ? até a próxima.

Nenhum comentário: